Uma vez um e-zine, agora um blog. Contos, crônicas, poesias, músicas, enfim, arte em geral para você.
domingo, 24 de fevereiro de 2013
Não me iluda - por @dwildt
Ilusões são um barato
Te levam para um barco
Que ruma sem destino
Vira puro desatino
Não que eu queira certeza
Sempre acaba sendo dureza
Mas quem sabe apenas a clareza
De que estás por aqui, beleza?
Não precisa grandes mudanças
Apenas curtir o caminho
E quem sabe ajudar na esperança
De não acabar sozinho
Querendo algo especial
Queria mesmo sensacional
Mas na atual situação
Fico só querendo um sinal
** Esta poesia faz parte do livro Real, Legal, Normal, de Daniel Wildt.
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Resistir - por @dwildt
Resistir
Eu resisto
Eu insisto
Nem penso em parar
Pode ser que
Eu te deixe
Mas não sei falar
Coisas que eu nem sei
Como posso encontrar
Me ajude a pensar
Quero teu amor
Vem me ensinar
Vamos dançar
Pode ser depois
Mas sempre a dois
Quero ficar
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
Derradeiro Suspiro
Enterro dos ossos me lembra o índio velho que encontrei numa longínqua quarta-feira de cinzas à beira da Lagoa dos Patos.
Entre as pitadas de um palheiro amassado, contemplando o temporal que se anunciava no horizonte ele me brindou com esse texto.
Não garanto que minha memória não tenha falhado em alguns pequenos detalhes, mas a essência com certeza segue fiel ao original.
Disse ele ...
Derradeiro Suspiro
Filho, há de chegar para todos
O inexorável dia da partida.
Dia de deixar pra trás esta Terra,
Breve estação onde passa o trem do tempo.
E como passa...
Incólume segue a intrépida locomotiva das horas.
Rápida nas alegrias,
Cautelosa nas agruras sinuosas dessa estrada infinita.
E que estrada...
Com tantos caminhos, tantos atalhos, tantos desvios,
Retas, curvas, paisagens, cores, aromas, gostos... vidas!
Na cabine do Maquinista Mor
Escorre a fina areia da ampulheta celestial,
Sem quem consiga detê-la.
Ah se eu pudesse...
Mesmo que por um mísero instante,
Guardar no bolso da vida
Uma ínfima parte do tempo que deixei ao léu...
Ainda que fosse para sorvê-lo novamente
Da mesma e exata forma,
Segundo a segundo, minuto a minuto,
Com tragadas profundas, bem saboreadas,
Como quem aspira o cheiro da grama molhada da chuva,
E o perfume das flores recém abertas da primavera.
Mas nem Hércules seria capaz
De dobrar os trilhos da ferrovia dos anos
Onde passam os vagões que, mesmo sem parar,
Seguem desembarcando almas e recolhendo vidas
De estação em estação, nessa viagem sem fim.
As rodas deslizando suaves sobre os carris paralelos
Devorando avidamente os dormentes de ferro,
Testemunhas silenciosas de pequenos fragmentos
De um passado que não volta.
E quando tiver que descer no meu ponto,
Que vou dizer ao guardião dos portões?
O que terei eu para falar?
Terei eu mãos para tremer?
domingo, 10 de fevereiro de 2013
Silêncio - por @dwildt
Silêncio
Quando longe é saudade
Junto de um sorriso é cumplicidade
Depois de um suspiro é vontade
De olhos fechados é expectativa
Pensando se vai terminar
Ou se vai continuar
Por trás sempre tem uma narrativa
Querendo ser voz
Me perco nos pensamentos vazios
Querendo tua presença
Mesmo sem tua ausência
Quem sabe nos sonhos
Te ganhando de presente
Em um sol poente
-- Daniel Wildt, jan/2013
domingo, 3 de fevereiro de 2013
Teu riso - por @dwildt
Teu riso
Teu riso abre portas
Abre um céu azul
Teu sorriso é tão sincero
Que merece até canção
Se chove com a lua
A diversão é no sol
Teu riso é só alegria
É dia de carnaval
Daqueles de deixar na memória
De ter sempre atenção
Para não se perder no tempo
No meio de tanta paixão
Eu sigo caminhando
Ouvindo teu riso
E respondendo com um sorriso
Cheguei no paraíso
-- Daniel Wildt, jan/2013
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